(Ode à Natureza)
Abro as janelas dos meus olhos
e admiro a natureza silente...
Vejo em cada detalhe o dedo de Deus
Na pintura impressionante deste meio ambiente
Sobre nós a beleza dos céus;
Que envolve as maravilhas da Terra.
E em cada Ser a presença divina...
Realça a beleza desta tela.
Se eu paro só por um instante
Posso ouvir o canto dos passarinhos
Que voam ali mais adiante...
Indo e vindo na direção de seus ninhos;
Alimentando os seus filhotes...
Assim como vejo o operário,
Que corre de um lado para outro...
Para não perder o seu horário.
E se eu lançar meu olhar mais atento
Posso ver também o movimento,
De uma flor que desabrocha...
No grande jardim da natureza,
E verei até mesmo sem surpresa
o beija-flor que a beija...
enfeitando este lindo cenário...
e ai, eu verei que o operário,
não desfrutou deste lindo momento
porque passou como o vento...
em busca do caro alimento...
na guerra do próprio sustento.
E enquanto eu observo o operário
já vou para outro cenário...
enfrentar o confronto diário
que consome a vida e o tempo.
Vejo as matas e os animais...
os rios e os mananciais,
vejo flores e até os pardais...
como figuras pintadas,
mas que sequer são notadas...
nesta natureza viva e ilustrada.
De repente vejo um carrão...
Parando no acostamento,
Penso até que alguém vai admirar
Este quadro de raro encantamento
Mas para minha tristeza total
O seu dono joga no mato
Um saco, dois sacos de lixo...
E eu vejo que entre todos os bichos
Foi o homem que sem nenhum capricho
Manchou a tela que eu contemplava
E o lixo desce a ladeira...
Em direção a um belo riacho
Poluindo a água ainda cristalina
E tirando o brilho da paisagem
Que em meu olhar descortina...
Então eu olho mais adiante...
E vejo o empresário arrogante,
Mandando derrubar a floresta
Porque prá ele o que importa...
É investir o seu montante,
mesmo que da forma mais torta...
Porque ele não vê mais adiante,
Não vê o quão é importante...
Manter a natureza preservada.
E então eu vejo surpreso...
Que as vidraças dos meus olhos foram embaçadas
Por atitudes impensadas...
De seres que se dizem racionais
Mas não se comparam aos animais
Diante da natureza...
Estes sim, têm realeza;
Tem espírito de grandeza
Pois obedecem a cadeia alimentar.
Elementar.
Não destroem por destruir
Não matam para punir...
Não roubam para possuir,
Não desdenham o que Deus criou
Pois sabem que na tela da vida...
Tudo tem o seu devido lugar;
Basta você procurar.
Só que o homem com sua vaidade
Não se contenta em se enquadrar
Ele quer reinventar...
Aquilo que já é perfeito,
E não vê seus próprios defeitos
Não vê os males feitos...
Por tanta intromissão,
No meio ambiente em que nasceu
Depois reclama dos acontecimentos
Que nele se sucedeu...
Catástrofes que são a resposta
Daquilo que ele escreveu...
No rodapé da pintura perfeita,
Que um dia Deus lhe deu...
Como presente divino,
Só que ele não entendeu...
Que o que é divino é irretocável,
E que não existe pincel...
Para melhorar o que há entre a terra e o céu.
Esta grande obra criada por Ele...
É simplesmente perfeita,
E se o homem for consciente...
Ainda tem tempo de admirá-la
E de preservar o meio ambiente.
Faça você a sua parte...
Seja um elo nesta corrente
Porque a felicidade da gente...
Está em abrir nossos olhos
Para as belezas da humanidade.
Anélio”Rodrigo Di Freitas”
15/06/2010
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