Deparei-me com nossos opostos
Com nossas querelas,
O tempo nos aparta e não passa,
Distancia nos rasga nos maltrata
 
E confessei somos mesmo
O sol e a lua em meio
As estrelas e as nuvens,
 
Mas pras almas que se amam
Não existe impossível
Afinal o dia e a noite
São opostos tão desigual
 
Porém não há emenda alguma
Entre a luz e as trevas
É um mesclado, em degrade
Que ninguém nota que transforma,
 
Pois o dia entrelaça com a noite
As nuvens se vão mesclando o céu
Brancas suaves feito véus
E as estrelas vão ditando
Cada uma de suas histórias
 
Passa o céu, passa a Terra,
Mas este amor ultrapassa esfera
Persiste numa longa espera
 
Passa mar, passa tempo,
Mas sentimento não desbota
Ao contrário, nos sorrisos brota
 
E o dia se rende a noite
E a noite sede ao dia
Não existe separação
Não se conta de doze em doze,
Mas sim em seu total
 
O dia adormece na noite
E a noite desperta o dia
O dia se deita há noite
A noite se curva ao dia
 
E não é um destino quem diz,
Mas sim uma lei universal
E por séculos assim é regido
Incansavelmente o mundo
 
O sol desmaia nos braços da noite
E a noite acolhe contente
Se sacia, se embriaga em orvalho
Toda madrugada deslumbrada
 
Se fartam os enamorados
E o dia levanta sorrindo,
Acorda florindo soado,
Aquecendo a noite no colo
Que já adormecida noite
Sonha com loiros olhos
Refletidos em teus negros olhares
 
E o dia se banha em lua
E a noite se aquece nua
Sol se encanta com doçura
Em que a lua o olha calida
E a lua se espanta com febre
Que arde e perpassa energia
 
E o dia se rende a noite
E a noite sede ao dia
Em união de verdadeira paixão

Allinie de Castro
© Todos os direitos reservados