Tão próxima – Esta porta! Um
Simples girar da maçaneta, e adentraremos as
Regiões que, desde sempre, construíram as
Preces e as filosofias!
Ah! Tão perto! A porta dos eventuais e inesperados cemitérios!
Tão perto dela, e padecemos, eternamente, por aquilo que,
Na distância de um perene de-repente, é, já, o fim
Dos milenares mistérios! E eu que,
Com a mão encostada a ela, suplico, ardente – Á!
Deixa-me saber! Aqui ainda, mas,
Por favor – deixa-me já saber, dos porquês!
Eu, aqui, frente à porta de um último, e primeiro, fim,
Eternamente dentro de mim, sem contudo
Qualquer palpável e possível fim, suplico ao Deus,
Das repentinas portas abertas – para os possíveis fins –
Deixa-me saber! Preciso saber! Do que guardam
As portas dos porquês!
Oh! Mas, por quê?! Por que, querida menina,
Vida, te guardas de meus olhares de cobiça?!
Deixa-me entrever, nos ofícios das poesias,
Os porquês das indisfarçáveis alegrias, tão vivas, que se postam
Frente às portas que, abertas ao girar das maçanetas,
Dessas canetas, em mãos de póstumos artistas,
Fazem ranger os dentes que se abrem em sorrisos,
Escancarando-se aos deuses de um Olimpo! –
Esta porta – Tão próxima! – Mas, enfim,
Eis que tudo e todos que,
Em singeleza de cortesias plenas, afirmam,
No sentido de que tudo é permitido,
Quando embora nem tudo que convém, mas que, enfim –
Eis que podes bater – Sim!

MARCELO GOMES JORGE FERES
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