No hall de entrada, minha invasão foi frustrada, a justiça em ti arraigada fez-me ver quem tu és. Mulher forte, menina obstinada, traz consigo a balança e a espada, e magia de ser “frágil, sonhadora, borboleta”, controversa, que ainda assim, pousa sobre o manto da seriedade, lida com burocratas inebriados de autoridade. Plena de saberes, rica em potencialidades, fez-me, em sono cabal, sonhar e ponderar sobre a vã verdade. Permeada por ambíguos seres, não se entendia, como eu outrora me via e sobrevivia...
Abre parênteses:
O dilema deu lugar à coexistência, dualística, dialógica...
Observe, é a tal maturidade, o entendimento de que o antagonismo muitas vezes é complementar. Preto e branco, vivo e morto, bom e mal, yin e yang e o signo máximo da complementaridade, o homem e a mulher à O princípio emergenteà A VIDA, Clara.
Fecha parênteses.

Onde você estava, agora pouco me importa, teríamos mesmo que nos encontrar nesse atrasado, mas seguro e maduro momento, para sentir o acelerar do peito, corpos trêmulos, em êxtase, dedos entrelaçados, as mãos sobre nossas cabeças, pseudo-orgasmos, o prazer do mais além, o prazer do saber esperar, o prazer de enfim penetrar, não só em teu límpido e sublime sexo, em tua vida, seu cerne, sua existência, seu âmago... Eu que não sabia que tudo isso era possível, eu que me dizia vivido, hoje me encontro perdido, pendido, suspenso pela ultima espetacular noite. Sinto-me um doido varrido, falando de ti aos quatro ventos, soprando a todos, todo o meu grão amor. Eu que outrora fui sofredor, por hora não há mais dor, somente uma ânsia de te ver, sentir-te, beijar-te, acalentar-te... Tamanha química e a física a cooperar. Enfim, é com você que será, contigo quero absurdamente estar! Em mim é indescritível a falta de memórias de sentimentos tão intensos, enebriado por seu SER, me compenetro no perfumar de meus incensos e entôo meu mantra: “Vem me beijar, vem me beijar, vem me beijar, vem me beijar...”

Menarco Messias
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