Foi-se Ana, a última flor,

no trem das três,

sem nenhum louvor,

partiu sozinha,

com duas malas,

baixou os olhos,

olhou os trilhos,

chorou.

Foi-se Ana, o trem chegou,

o agudo som do atrito,

do trem envelhecido,

não a assustou.

As duas malas subiram,

a alma partida partiu,

sem acenos, adeus, ou,

um leve sorriso.

Triste viagem da Ana,

o tempo pulsou.

Tene Cheba
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