Sigo e, comigo, segue uma sombra.
Como desvencilhar-me?
Hoje, quando acordei,
sentou-se à mesa antes de mim!
Pensei em fugir mas, de inopino,
estava só, não havia sombra alguma.
Sinto, porém, que ela não se foi
e que me segue como um cão de guarda...
Sinto isso.
Não sentisse, certamente anteveria
o horizonte à frente com mais nitidez:
meu afã de vencer, meus ideais mais íntimos,
minha verdade desnuda, a plenitude do meu "eu"...
Serei, um dia, libertado?
Viverei, um dia, lúcido?
Sigo e, comigo, segue uma sombra.
Luiz Carlos
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