“Serpente, teu verde inocente.
Serpente, única, diferente,
De todos nós, serpente,
De olhar penetrante, sente,
Teu próprio veneno, serpente,
Olho por olho, dente por dente.”
 
O que será que se passou?
Em dias de ditador?
Naqueles dias de horror?
Em sua estranha terra
Numa antiga era
Começa...
 
Criança perdida perdeu a luta
Vagou anos pelas ruas
E tão fiel ao mal
Jurou bebendo água da chuva
 
Várias famílias aflitas
Tornaram-se submissas
Ao império de terror
A dor era o seu amor
Escondia-se atrás d ’uma máscara
Cobria-se com a negra capa
Vingança sua verdadeira virtude
Sua única virtude
 
A dama de preto
A dama de preto
Chamada pelo desespero
O ódio à chama
O ódio à chama
Para sua última afronta
 
E ela saiu numa noite fria
Pegou sua faca
E vagou horas pelas ruas
Encontrou certa pessoa
O homem nobre
E vagaram horas pelas ruas
E a névoa era densa
E a dama pegou sua faca
Olhou para o homem
Que a chamou de serpente
 
Esse foi seu erro
Esse foi seu erro
A dama de preto
Derruba a faca
O homem agarra seus braços
E diz:
 
“Serpente, teu verde inocente.
Serpente, única, diferente,
De todos nós, serpente,
De olhar penetrante, sente,
Teu próprio veneno, serpente,
Olho por olho, dente por dente.”
 

 ( karlos maia )

karlinhos maia
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