Alí moram os sonhadores

Que um dia ousaram querer

Fingiram ser doidos

Nos versos reversos que a vida deixou

Vivesse eu no mesmo íntimo onde o pensamento vai

Nada mudaria, nada

A casa, a rua, o amor e a dor

Estrada de terra

O pequeno riacho

O cheiro do mato matando a vontade

Despindo a vaidade, bebendo da fonte

Deixando pra sempre o mísero espaço

Que a saudade faz questão de reviver

No abrir e fechar das lembranças

Alimento e abrigo

Bem que eu queria ter ficado

Acordo do sono

Não sou eu quem vive agora

Me aproximo, cada vez mais perto

Não há mais frutos naquela árvore.

 

 

Roberto D'ara
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