Não me lembro de quase nada
Incerto e místico sonhador
O moço ainda sorria debruçado naquele muro antigo
Os cabelos longos
Disfarçava o olhar lúdico e trêmulo
Fosse uma missão entrar e sair daquele árido deserto
A intuição que revela a força da tua coragem
Sem pensar fui derrubar o teu castelo
Sem querer me interpus no seu destino
Sei que me odeias
Acabei perdendo o trem ao ouvir teu grito
uma semana inteira sem ver a luz do sol
Em chamas convivo
Dia e noite me refugio na tua lembrança
O verde alí trancado
Sempre calmo e refrescante
Foi ficando cada vez mais estreito, límpido
Alternando as cores, os espaços
Sentir o frio, o calor do beijo
Deslizando as mãos
Sem tocar num único desejo sequer.
Roberto D'ara
© Todos os direitos reservados
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