Versar, para matar o tempo

Seria o mesmo que bailar com palavras

Acompanhadas uma das outras

E outras de umas

Suaves, meigas, tranqüilas

Novas, velhas já ditas

Outras, descobertas, outras, escritas

Palavras que terminem com a mesma semelhança de som

Chamadas de rima, contida nas poesias, sonetos, cirandas

Independente do sentido, do tema, do nome

Mas que terminem docemente

Tal qual começada

Que consiga dizer tudo

Ou talvez dizer nada

Que marque no tempo

De forma espaçada


 

Que rime de forma ordenada

Com seqüência, meio e fim

Que traduza a suavidade estampada

Rabiscada, até escrita por mim

Ou por pessoa letrada

Talvez um poeta antigo

Uma pessoa querida

Um repentista, um ensaísta

Um autor renomado

Que derrame as palavras

Feito vinho ou conhaque

Na mesa, no balcão, de um bar

Traduza sempre de forma

Tranqüila e mansa

Todo o sentimento

Escondido, guardado,

ou até mesmo escancarado


 

Que fale de amor

Que descreva a suavidade

Contida numa flor

Comece serena e densa

Que soe como música

Aos ouvidos da criança

Do adolescente, do adulto

Ou mesmo do idoso

Sem falar em tom jocoso

E sim muito sincero

É assim que espero

Que agrade, a todos que lêem

Entendam a verdadeira intenção

Matar o tempo, tentar nas rimas

Uma proeza, talvez brincadeira

Feito com amor e carinho

Talvez seguisse até outro caminho

Mas esse além de fácil

Fica gravado, aqui publicado

Aos amigos do Recanto.

 


 

Roberto F Storti


 

Texto Publicado no Recanto das letras em 31/01/2009


 

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Roberto Fernandes Storti
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