
Páginas do Rio... I
Quando do morro chega a voz maldita,
Finca pé na soleira ímpio adeus...
Quem lá se vai só vê aqui quem fica
Na conta dos que foram antes seus
Sem resguardar o filho em raso leito
Por ressentida a selva se enlutou
Já não gaba-se “terra”, lasso peito,
Sem jeito pelo incesto que flagrou
Respiro, traço e rezo; até riu...
Pelo laço ceifeiro e sinuoso
Do adeus arredado por um fio
Sobrevida... perpétuo desafio!
Não me enseje por fim, renhida liça,
Ler-me o nome nas páginas do Rio.
Páginas do Rio... II
Ler-me o nome nas paginas do Rio,
Incluso a orbes pérfidos, singrando,
De incógnito filho, por cenário
De ossadas... e estatísticas inchando.
Fratricida torrente que escorraça,
Pela tacanha vala do descaso,
Os acasos que preterem a mordaça,
Procriando o decesso a curto prazo.
Mercê de armada horda por esquina,
Soldo infame o semáforo me outorga,
Por pagar-lhe tributo a disciplina.
Não é sorte que quero ou mereço,
Entre prole bastarda ser contado,
Reles carcaça podre... e endereço.
Manito O Nato
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