Pandorga

 

(da infância distante, (e eternamente presente) levanta-se um momento mágico e a inspiração o colhe em forma de soneto (livre). Depois a razão o aprisiona nas regradas formas do decassílabo heróico. Se fez ganho ou perda? Não sei responder...)

 
Pandorga  
(em decassílabos heróicos)
No olhar menino riem-lhe as cores,
Brilhantes sóis qual contas reluzentes.
No olhar menino déspotas raptores,
No disfarce dos ventos conducentes.
 
Muita linha de sobra... e suspiro...
Cabeceia a pandorga, qual fogoso
Ginete ao cabresto...xó papiro!...
Rés órfão da penúria ...e custoso!
 
Ah! contida pandorga...que saudade!
Pela baça crueza já colmada
Em esmaecido brilhar interino...
 
Quanto e tanto almejas liberdade!
Anacrônico mastro a tem guindada,
Na ara, inda parca, do menino.
  
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Pandorga (versão livre)
 
No olhar do menino sorriem as cores,
Que ao sol, em brilho de contas reluz.
No olhar do menino fantasmas raptores
No disfarce do vento que a pipa conduz

 
Crueldade!... linha lhe sobra, e suspiro...
Cabeceia a pandorga qual ginete fogoso
Ao cabresto, instada em manter-se papiro,
Órfã da penúria e de conquistar custoso
 
A roxa pandorga contida reteve saudade,
Colmada da baça crueza que não finda,
Em esmaecidas cores de brilhar interino.
 
Quanto e tanto almejaste tu tua liberdade!
Anacrônico mastro em ferros inda te guinda,
Na ara, ainda despojada, do ignoto menino.
 

Manito O Nato

Manito O Nato
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