Prezado Papai Noel.
Não sei se aí no céu,
Você aceita em papel,
Lágrimas de uma criança.
Jamais estive na escola,
E vivo, pedindo esmola,
Às vezes cheirando cola,
Sem família, sem esperança.
Eu sei que não é culpa sua,
Que eu seja menino de rua,
Dormindo embaixo da lua,
Ou em plena escuridão.
Também sei que não me conhece,
Que não tem tempo, e parece,
Que tudo do pobre, até prece,
Ninguém escuta mais não.
Ah! Se o senhor me escutasse,
Pediria que me mandasse,
Alguém que também me amasse,
Como eu amo o senhor.
Ah! Eu seguraria sua mão,
O prenderia no coração,
Como pai, avô ou irmão,
Para nunca ser como sou.
Poesia dedicada às crianças de rua, que são invisíveis aos olhos do poder público e de muitos de nós também.Santa Cruz Cabrália - Nov..2008
Lannes Alves de Almeida
© Todos os direitos reservados
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