À espera da morte....

À espera da morte....

 
Lembras-te de quando eras pequeno,
Quando ninguém te deixava sozinho,
E toda a gente te enchia de carinho,
Tinhas pouco mais que um aninho…
 
 
Nessa altura não esperavas…
 
 
E de quando eras um adolescente,
De atitude e postura inconsequente,
Quando ninguém te fazia frente,
E a loucura era coisa frequente…
 
 
Nessa altura não esperavas…
 
 
Lembras-te de quando eras adulto,
Quando grande parte é apenas vulto,
Abdicam de si sem o mínimo tumulto,
O que considero a nós o maior insulto…
 
 
Nessa altura já desesperavas…
 
 
E daquele tempo em que eras velho,
Quando te sentias tipo ferro-velho,
Com o fim próximo e maior o mistério,
No pensamento sempre o cemitério…
 
 
Nessa altura até já rezavas….
 
 
Não será para ti um grande espanto,
Perceber que quem te trouxe para cá,
Será quem te irá levar de novo para lá,
Sem te questionar o que fizestes por cá!
A ser verdade, é uma revelação e tanto.
 
 
Se calhar assim já descansas…
 

:O)

Espera-se com um sorriso,
Com o mesmo do menino,
Que não espera sozinho,
Pois está ele entretido,
Com a amiga vida!

Sorrisos para vós :O)

Lisboa

Bruno Dias
© Todos os direitos reservados