Coração enamorado

Não me venha se vangloriar
De palavras bonitas
Que nunca são ditas
Com o coração.

Não me venha dizer
Que tu és o maioral,
Que não há no mundo
Alguém igual,
E que você é o tal...

Meu amigo, não adianta
Apenas ser bom de garganta.
Eu estou pouco me importando
Se você esta se achando.
Eu juro, nem quero saber.
Não sou como você,
Eu falo sim de amor.
Uso palavras que outros já disseram
Amor é sempre amor.
Não importa a língua em que é falado
Ou a melodia em que é cantado.
Eu falo na velha linguagem
Aquela eterna viagem
Do coração enamorado.

Da musa eu sou o céu, a lua.
Da musa eu sou o mar, a rua.
Ela sim é meu mundo,
E o meu amor é assim,
Imenso, sem fim...
Profundo...

Uso a velha linguagem
Aquela do passado.
Amor, eterna viagem
Do coração enamorado.

Amigo, não me diga o que fazer,
O que devo ou não escrever.
Ao amor verdadeiro,
Nada se nega,
Só me sinto inteiro
Com a total entrega.
Falo em verso rima,
Poesia, a minha sina.
Você não gosta,
Diz-se moderno.
Um direito que te assiste
Mas, meu amor é eterno
E a poesia, existe,
A rima persiste.
Esta no amor minha essência;
E se o texto é brega na aparência,
Retrata apenas a minha existência.

Entrei em mim mesmo,
Lá no fundo.
Seu conselho, eu segui,
O que encontrei?
Apenas amor profundo.

Coração enamorado,
Bobo, tolo, apaixonado.
Amor, única mensagem,
Usar a velha linguagem.
Sim, aquela que você disse,
Não usar mais.
Pode ser tolice,
Mas, atinge os casais.
Se a mão ainda soa,
E a voz quase não sai,
É que a paixão é boa,
O amor voa
E por aí vai...