Central do Brasil II

Quem são estes que vem e que vão
Sem saber para onde
Por quanto tempo
E em que direção?
Refletem o verbo errôneo do intransitivo direto
Ao fator que se perde em línguas estrangeiras
De uma só capital.
Ao ano louco
O desespero desnatural
Que se farta na comédia da vida diária.
Berrando ao léu as lágrimas compadecidas
Da vida bandida,
vida ordinária
onde se limita na simples observância dos fatos
a esperteza de uma só mente
demente de vários artefatos.
Quem foram estes que viram e sorriram
Do menino e da mulher de cor bronzil
Que traspassaram a sua transparência
Na realidade que ninguém jamais viu?
Se viu, fingiu que não enxergava
No leito da madrugada o choro tosco
Do menino dengoso
Que se transformou num meio hostil
De cores a muitas cores
Numa aquarela refinada
Integramente contornando a central
A Central do Brasil.

Após assistir o filme, central do Brasil.

Caruaru, Pe

Fábio Avanzi
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