Meu pequeno Mundo.

Verdejantes pingos d’água perfumados
Em teu leito consome o desgosto
O gosto amargo isento ao corpo nu
Que me esquenta em época negra.
Em dias de glórias ao teu gozo cheiras
Em meu pequeno mundo estilhaçado
Na relva ainda que rasteira
Sujas os meus pobres e tensos passos.

Ao teu semblante, minha virgem sereia
Busco o incomensurável tempo difícil
Querendo conter em teus espasmos
O jeito em que consomem os teus gemidos.
Esvaindo-se compassiva ao meu metabolismo
Suplício exaustivo de teus laços
Que me envolvem como uma bruma repentina
Na flacidez de minha vida ainda viva.

Quero alargar o meu mundo todo
Ser fiel até a última fragrância
Estar contigo sempre e bastante
Como se fosse morrer nunca a qualquer instante.
Quero sonhar com o futuro tão perto
Quero gozar com o passado eterno
E desfrutar de um presente ainda ausente
E me iludir com uma vida carente.
O meu pequeno mundo se divide
O meu pequeno mundo se multiplica
Minha vida ainda insiste, ainda existe,
Vinha vida ainda estar viva.
Mas eu não vejo razão para tanto!

Fábio Avanzi
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