Era uma vez um poeta
Que mais que perfeito não fora
Imperfeito eu também não dizia
Pois pensando e passado pra fora
A agora confusa ordem dos dias
(Tanto os que houveram passado
Quanto os que iam passando
E ainda os que quase já são)
Perde-se... Encontrou-se errando
Às vezes as vezes de conjugar...
Contudo está a acertar
O tempo das vozes velozes da alma
As quais mal vieram daqui a instantes
Podendo vir ontem de novo, com calma
Uma vez que andam por aí... Correram
Uma voz que não está aqui... Romperam
Confundirão o quando das coisas
Estiveram até amanhã por perto,
Buscado o silêncio de ontem
Quando trariam o tempo mais certo
Enquanto que eram o que serão
Hoje de novo novo e são
Ah se souberam... Vão se lembrar
Que o tempo que era passado em presente
Foi fruto do que seriam felizes, depois de já,
Na vez que virá, para sempre.
"As vidas não começam quando as pessoas nascem, se assim fosse, cada dia era um dia ganho, as vidas principiam mais tarde, quantas vezes tarde demais, para não falar naquelas que, mal tendo começado já se acabaram.(...)Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido?" - José Saramago
...(Essa confusão dos versos acima - alternando as vozes verbais - é espelho da confusão do tempo na nossa cabeça.)
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