No Mar da Tranqüilidade repousam meus sonhos
Neste lugar a vida passa, lembranças também
No Mar da Tranqüilidade, eu faço planos
Na rede que não balança, fecho os olhos, criança
No Mar da Tranqüilidade o tempo é nulo
O sempre e o nunca são delírios reais, devaneios
No Mar da Tranqüilidade eu tento sorrir
A temperatura é amena, é o meu acalanto
No Mar da Tranqüilidade eu vejo, distantes
Amigos, amores, vejo tudo e nada vejo
No Mar da Tranqüilidade desafio o mundo que não me quis
É o meu domínio, é onde aconteço, é o meu jeito
No Mar da Tranqüilidade mudam-se as minhas fases
O dia é a Terra, a Noite é Sol ardente, escuridão
No Mar da Tranqüilidade estou perdido
O destino, eu deixo a esmo, e esvai-se a razão
No Mar da Tranqüilidade eu me refugio
E, namorando a rainha da noite, choro
No Mar da Tranqüilidade entreguei minha vida
E, por um instante, saboreei o contato com Deus
No Mar da Tranqüilidade encontram-se meus restos
O resto de tudo aquilo, que nunca fui.

 

Lua

Alexandre de Azevedo
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