Sevícias do tempo

 
 
 
Tempo algoz que me atormenta
Tens toda a artimanha e sadismo
És muito cruel e me apascenta
Tornando-me escravo de teu abismo
 
Felizes daqueles que ao seu tempo
Com a pífia missão de subsistir
Não deixam marcas ou pensamento
Importam-se apenas em lho servir
 
Eu de mim que nada sou, mero instrumento
Importo-me em lutar, passar-te por cima
Vencer-te ao prevalecer do amor, meu intento
 
Desprendo-me do mundo, liberto esta rima
Assim eu serei e bem sei que o meu tempo
Depende de mim e deste amor que me sublima

Ao luar

Alexandre de Azevedo
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