Olho os prados verdejantes
No cume dos altos montes
Nas areias alvas da praia
No sol da manhã que raia
 
Nas nuvens de doce algodão
Em cada pedaço do chão
Será que é pedir demais
Que esta minha vida fugaz
 
Num momento de brandura
Encete esta finda procura ?
Se eu sou assim tão secreto
Que o espasmo de concreto
Não veja a nua verdade
Que me puna a realidade
 
Como o nada que encontro
Na peleja do confronto
Redundância que mortifica
A disputa que estratifica
 
A eloqüência deste viver
Ser em eterno não ser
 
Por ser sempre e tão assim
Buscar no eterno conflito
Razão de pernoite infinito
Neste insano desejo de mim

campus

Alexandre de Azevedo
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