Brasil em carne viva

Brasil em carne viva

 

Como me calar diante de tantas atrocidades ?

Vidas clamam nas ruas por dignidade

O que necessitam não é de piedade

É de direitos garantidos

De educação e oportunidade

Ouço muitos gemidos

O país adoeceu

Fugiu a mãe gentil dos filhos deste solo

O gigante dorme em berço esplêndido

Sem ter da genitora o colo

O sonho intenso se transforma

Em pesadelo imenso

Sem raio vívido

Onde está o céu risonho e límpido ?

Onde há no seio da pátria mais amores ?

O que vejo é uma passarela coberta de cinzas

Onde há um solene desfile de dores

Alguma alegria transitória dança nas ruas

Fixando em cada rosto máscaras incolores

Mas  a verdade é mulher que anda nua

Não pode ser ignorada

Carne aberta e crua

Fechou-se o riso dos lindos campos floridos

Onde estão as margens plácidas do rio da esperança ?

O céu estrelado encheu-se de pruridos

Se houve glória no passado

Que paz haverá no futuro ?

No que se transformará o viço da criança ?

Quero acreditar na mudança

Mas só vejo o céu escuro

Não posso deixar que arranquem a minha raiz

Ainda choro quando ouço o hino do meu país 

 

                                           Úrsula Avner

 

* Este poema é um grito de clamor pela saúde do nosso amado país tão calejado pelas ações maléficas dos governantes  

 

 

 

 

 

 

Agradeço sua visita carinhosa. Não saia sem deixar seu comentário e obrigada por manter a autoria do poema.

em meu cantinho