Como me calar diante de tantas atrocidades ?
Vidas clamam nas ruas por dignidade
O que necessitam não é de piedade
É de direitos garantidos
De educação e oportunidade
Ouço muitos gemidos
O país adoeceu
Fugiu a mãe gentil dos filhos deste solo
O gigante dorme em berço esplêndido
Sem ter da genitora o colo
O sonho intenso se transforma
Em pesadelo imenso
Sem raio vívido
Onde está o céu risonho e límpido ?
Onde há no seio da pátria mais amores ?
O que vejo é uma passarela coberta de cinzas
Onde há um solene desfile de dores
Alguma alegria transitória dança nas ruas
Fixando em cada rosto máscaras incolores
Mas a verdade é mulher que anda nua
Não pode ser ignorada
Carne aberta e crua
Fechou-se o riso dos lindos campos floridos
Onde estão as margens plácidas do rio da esperança ?
O céu estrelado encheu-se de pruridos
Se houve glória no passado
Que paz haverá no futuro ?
No que se transformará o viço da criança ?
Quero acreditar na mudança
Mas só vejo o céu escuro
Não posso deixar que arranquem a minha raiz
Ainda choro quando ouço o hino do meu país
Úrsula Avner
* Este poema é um grito de clamor pela saúde do nosso amado país tão calejado pelas ações maléficas dos governantes
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