Será o buraco negro,
como afirmam com categoria
os cientistas PHD em astronomia,
o lado avesso do mundo?

Será mesmo tão preto o buraco,
ou quem sabe são tão fracos
de visão, os homens, como o são
de alma, fé e compreensão?

Não seria o infinito
o lado avesso deste mundão?
E o buraco não seria de tamanho brilho
que causa aos olhos a pseudo-ilusão

de que além da inteligência humana
nada se prospera,
pois é aquém da atmosfera
que se limita a esperança?

E os humanos, têm lado avesso?
Se o têm, quão espessa a redoma
que o oculta, pois que só no medo
é que a humanidade se assoma.

Os homens, oblíquos,
nos dias normais se fecham em copas;
metamorfoseados em seres tão esquisitos
que, em alarde, dizem estar na moda.

Raríssimas pessoas se abrem por completo
e expõem o seu lado avesso plenamente;
ora, nas mãos, veias, vozes, olhos e silêncio de afeto;
ora, em gestos, palavras, escancaradamente.

14 de Fevereiro de 2005

Curitiba