Há em mim
um coração amortecido
por não ter sido amado
com um amor sem fim.

Esta peça anacrônica
faz de mim uma antiguidade
à sombra da modernidade
pois que reside aqui uma paixão platônica.

Faz de mim um reacionário:
se tem vinho, prefiro amônia;
se é noite, tenho insônia;
na lucidez,invade-me o imaginário.

È antes um ferrenho adversário
este meu companheiro umbilical,
compelindo-me a um estágio anormal
aos olhos do hodierno diário.

Ainda sim, há uma convivência pacífica
entre mim e este coração estúpido:
sem ele, o que seria de minha vida?
nem teria vida, nem paixão, nem o lúdico.

02/02/2005

Curitiba