Querendo explicar a "preguiça"

Lá vai Antônio Apagado,
pela vida doze e meia, sem sapato
esquece tudo, e só na força de
uma ordem, é que vem se acordar.

Lá no alto desce feito
Marco Aceso, que de quatro
já esperto esperando o sol
que lerdo, não demora pra chegar.

Ora essa! pra que pressa?
se ainda nessa, Antônio
sem promessa, não
tem hora pra levantar.

Mai vai logo Marco Aceso,
tu que sabe desde cedo, que
sem prosa nem novela,
homem tem que trabalhar.

Ai que vida sem demora,
chega a hora e vai embora, nem espera,
só pra ver da tua janela,
o Antônio a Lalalaía.

Já é hora, já é tarde,
amanhã o dia é cheio,
mas não antes de rezar.
Deus: - Vai dormir ô Marco Aceso,
como disses, o dia é cheio
e não custa pra chegar.

Eita sono mais danado,
vem depressa, é de lascar,
eu só sei que tou cansado...
Deus: - Logo tu ô Apagado,
só na preguiça pega embalo...
xau meu Deus eu vou deitar!

Wilson Rodrigues (Uil)

Faz uma descrição do cotidiano de duas pessoas, um preguiçoso e outro ágio.

PS.: Como o Antônio Apagado é lerdo o dia dele demora mais pra acabar, por isso que o poema acaba com o própio. E, de tão preguiçoso que é, não está nem disposto a escutar a voz de deus.

Uil

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