Até que meu coração negue a mim mesmo

Cantando em tardes de outono
Ouvindo a própria voz ecoar sem forças
Resistindo aos dias tempestuosos
Lutando imóvel contra a vida
Sem ti, oh Deus, sem a tua voz

Vendo fotos de um passado remanescente
Acreditando estar sonhando a própria dor
Percorrendo os labirintos de um túmulo descoberto
Escondendo o rosto em uma pálida solidão
Sem o teu amor, oh Deus

Acordando gritando
Acordado e sonhando
Não vou parar de gritar
Não vou parar de chorar
Até que meu coração negue a mim mesmo

A vida é uma puta e eu não tenho dinheiro para pagá-la.
markquerido
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