Estou sentado sobre as mãos
Ainda que anos me restam
Deixo me levar pelas alças do fim.
Tenho falado sem nada dizer
Tenho chorado sem minhas lágrimas
Tenho fugido sem minhas pernas
Meu pobre coração bate
sem nem mesmo poder viver.
Ando sofrendo a morte da vida
Ainda que nada a sentir
A morte de uma alma nua
Escura e vaz em um raio-X
Surda a voz da humanidade
Alheia ao vulgo curioso e insano.
Carrego em meu peito a genética
De gerações de intrépidos guerreiros
Ainda que covarde e pouco glorioso
Fujo de um fantasma que eu mesmo criei
O fantasma de uma vida morna
Morna de um sino que ainda não soou
De um servo que ainda não serviu
Ainda que não pretendo ser jogado
Expelido da boca do Rei.
Não tenho vivido nem mesmo sentido
Espero não cumprir a saga do apocalipse.

Sou uma pessoa muito ca'tólica mais tenho levado uma vida bastante morna, tenho estado muito longe de Deus, do verdadeiro amor.
Espero que ainda seja tempo de voltar.

Na frente do pc