Me sinto em um gueto perdido
Tenho caminhado e só me iludido
Enquanto algemado ao jugo mundano
De tantos gritos por debaixo dos panos.

Tenho monopolizado minhas lágrimas
Expandindo meu mundinho insano
Depredado e banido minhas máximas.
É o total exílio do ser humano.

Sou observado por uma insensível horda
O descaso alheio me faz indefeso
Coração valente mas não ileso,
Ao mal que a noite me acorda.

A penumbra que me toma lentamente
Faz do meu corpo núbil e de minha mente
Encravados em uma solidão imódica
Que carrego nas costas numa vida gótica.

Ainda que imaculado em fatos fadados
Luto como intrépido guerreiro armado
Contra o mal túmido e medonho
Que morimbundo afasta meus sonhos.

Mas nada há de fantasia ou cabalístico
O que me ataca é uma depressão impune
Que ataca minha mente não imune.
Antes houvesse algo de místico.

meu famoso quarto