Meneio de um Desconhecido

Imensas labaredas, tomavam conta daquela mansão,
E um grito de pressão, suou-se em desespero,
Uma grande multidão em peripécia vidrados,
Aos agudos desgarrados, se assustaram então.


Com olhar direcionado a vidraça quebrada,
Uma imagem desolada, apareceu enfumaçada.


Gritava com furor, gritos exatos de dor,
Da aflição que a consumia,
Todos de longe ouviam,
Mas nenhuma reação.


Tomado pelo momento,
Um jovem enfarruscado,
Cursou-se desgarrado,
E adentrou a mansão.


Perdido na fumaça,
Guiado pela arruaça
Que ao longe ouvia
Subiu correndo as escadas
E sobre uma porta trancada
Jogou seu corpo dessorado
Levando-a ao liso.


Mirou uma menina
Deitada ao chão
Quase morta,
Sem respiração.


Pegou-a em seu braços,
E quando foi sair,
A escada que o conduziu,
Começou a cair.


Uma criação em sua mente
De imediato surgiu
- jogarei daqui a guria
e em baixo a firmarão.


Feito o programado,
Tudo certo deu,
Pegaram a garota,
Que sobreviveu.


Era vez do jovem lançar-se,
Para das chamas escapar,
Só não contava com a pilastra,
Que vieste a lhe acertar.


Preso nos destroços,
E todo machucado,
Lutava bravamente,
Para sua vida ser poupada.


O jovem alentado,
Não teve tanta sorte,
Consumido pelas chamas,
Ali, foi seu leito de morte.


Chegado o salvamento,
Nada adiantou,
Saindo da Mansão,
A menina resvalada,
Parou em frente a maca,
E com os olhos lacrimejados,
Ali mesmo pronunciou:


- Agradecida pelo gesto,
muito nobre eu confesso,
Minha vida salvastes,
Sem entreluzir-me em lace
Vida novamente me destes.


Nesta confraria,
O decoroso é saber,
Que existem no mundo,
Pessoas como você!


Descanse em paz,
E leve contigo a certeza,
Que enquanto vida eu tiver,
Jus ao seu nome farei,
E em minhas preces lembrarei,
De um heróico guerreiro,
Que no momento confragoso,
Que não saiu vitorioso,
Existência novamente me deu.

Cézar Augustus
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