Tua boca traga o meu ar, asfixia como inseticida
E corrói meu ego as palavras de navalha.
Não sei se sinto amor ou expectativa,
Porque és uma intensa e constante batalha.

Enrolas meu pescoço como venenosa cobra,
Com doçuras falsas, culpas que me dás
Sem que ninguém mais as veja e eis tua obra:
Encolher para se agigantar em ações más...

E eu enxergo tudo e em ímpeto reajo.
Olho por olho, dente por dente.
Não sou vítima, mas meu orgulho não entende
A razão de continuar neste caso.

Farejo o odor da vã tentativa feito sabujo
Querendo ver alguma luz no horizonte,
Sendo que só há um borrão áspero e sujo,
De incertezas e blefes, ou verdade cruel na sua fonte.

Vamos beijando toxicamente nossos lábios.
Tecendo redes de inseguranças e mentiras,
Enquanto ignoramos erros e consertamos
Tudo de ruim que SÓ eu faço e teu desgosto inspira...