O sistema é bruto,
mortal e astuto,
sem espaço para meias ações,
sem tempo para meras contradições,
irredutível com quem sente morno,
surdo, mudo e cego, para quem se faz de morto,
rápido demais para quem cochila no ponto,
lento demais para o emocionado e tonto,
não segue padrões razoáveis,
tão pouco segue ideias palatáveis,
aqui o tudo é nada,
e o nada é tudo,
é onde a razão perde a mão,
é onde a emoção escorre pelo chão,
num simples sinal extremo,
o insignificante se torna supremo,
aqui o amor morre na dor,
e o ódio gera clamor,
invertido ou correto,
gera o extremo incerto,
insano e hilário,
maldito/bendito mundo binário.

Jonathan Cunha
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