É assim, sem eira nem beira, 
desse jeito maluco e incerto, 
sem rimas e nem certezas. 

É assim, perdido nas anotações e nas listas,
que eu fiz pra me achar,
que desatinei a me perder.

É desse jeito meio maluco e sóbrio,
mas meio embebido nesse cheiro só teu,
que eu tô vivendo. 

É assim, enroscado no teu gosto,
emaranhado nesse abraço,
alucinado no teu sorriso,
que eu estou vivendo cada momento de tudo isso.

Que força da natureza é você?
que me faz sair do meu mundo para viver essa aventura,
mesmo dentro desse inferno sem fim,
o que você quer de mim?

É tudo tão errado,
que me parece certo que seja assim,
tudo difícil e meio extremo,
igual aos nossos destinos,
que se cruzam em tempos sombrios e de medo terreno.

Das localizações mais extremas,
que nem suas pontas nos alcançam,
mas que mesmo em meio a insegurança,
o que desabrocha é essa singela esperança,
doce como o brigadeiro,
que nos une, e nos cuida,
que gera essa gota de lembrança.

Jonathan Cunha
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