E, de repente, me vi de joelhos
ao sentimento que me retribuía
que era meu reflexo sem fim de espelhos
e não você, para comigo em sintonia
Não sei se egocêntrico como Narciso
só "Espelho, espelho meu" eu aceitava
ou, no avesso, só ao que me era preciso,
humildemente me contentava!
Valiosa prata, mas de lâmina tão fina
que, com o que era vidro, se quebrou
a luz esparsa que ora me ilumina
já incidiu tão focada, que me queimou
Não juntarei os cacos, ultimato interno
Os pormenores do que quer que aconteça
Pois será, no ciclo, em recomeço eterno
me espelhar, solitário, neste quebra-cabeça.
Guilherme dos Anjos Nascimento
Guilherme dos Anjos Nascimento
© Todos os direitos reservados
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