Já em sua seda proporcionando, só eu, nossas iniciativas  

enrolado no véu que cobre o busto de um apaixonado,

Quando não percebo, caio em sua teia, no detalhe de suas tratativas,

Sua falta de proatividade, algo que para mim tenha sido dedicado.

 
Nunca foi meu o seu tempo, ampulheta de sangue, a seu modo grácil

Por não me dar por satisfeito, era na dor, o provimento meu lenitivo

Deixava se levar, em cada cravo, no que lhe era mais cômodo e fácil

Sem seu pesar, não entrei em luto, estanque, achei que estava vivo!

 

Se minha alma já não lhe importava, só o meu corpo estava a seu despeito

Deveria, antes de meu fim, não ter deste veneno, dia a dia, tomado

Como tive, nesta ilusão, submetido a mim tanta falta de consideração e respeito?

Como alma agora me velando, viúva,eu vejo o quanto estava de olhos cerrados!

Guilherme dos Anjos Nascimento
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