Eu nasci como toda planta nasce,
Germinada na minha humildade:
Cresci, enfolhei, flori, frutifiquei
Pra fazer só o bem à humanidade.
Minhas folhas produziram oxigênio,
Fonte de vida de todos os mortais;
Minhas flores serviram de adorno
Para altares, e alimento de animais.
Os meus frutos mataram muita fome
Dessa gente que para pensar não pára,
Mas, o pior, ninguém pôde me ouvir
E queimou a minha copa numa coivara.
Com meu caule, construiu o seu abrigo
E os móveis que preenchem a sua casa;
Ao invés de perpetuar a minha espécie
Converteu o meu tronco todo em brasa.
Minha semente? Ninguém teve o cuidado
De semeá-la para eu nascer de novo;
Essa chance eu não tive, infelizmente,
Tenho lástima da sorte desse povo!
Destruiu a minha vida sem piedade
E eu fiquei nesse estado de desdém:
Não pensou que morrendo todas nós,
Em seguida ele vai morrer também!
Autor: José Rosendo
Nazarezinho, 29 de maio de 2006
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