DOIS POEMAS URBANOS

Catedral

 

A arquitetura do tempo

moldou em pedra e madeira

os sentidos espirituais

das minúsculas catedrais

 

Os soldados de Dom Diogo tomam chimarrão

com leveza e despreocupação

 

Bonde

 

O dilema de erguer o braço

torniquete

e - swissss!!!

surucucu voando no pescoço

 

Na parada um rapaz de sapato azul

assoa o nariz na manga do casaco

 

- Um passinho à frente, por favor!

O motorista olha o retrovisor:

- Segura o Ônibus!

 

O semáforo dá o amarelo!

O semáforo dá o vermelho!

Geovani Bohi Goulart
© Todos os direitos reservados