Por favor, querido, por favor olhe pra mim!

Eu preciso que você precise de mim,
Necessito da sua necessidade da minha presença,
Careço da tua carência por meus braços,
Quero a tua existência na minha existência.
Mas quando vira as costas,
Os teus olhos se desvencilham dos meus,
Tua boca se esconde da minha,
E os teus braços se fechem ao meu contato.
Sinto a tua distância,
E essa distância me dá medo,
Tanto, mas tanto medo,
Que me despedaço ao pensar
Que a tua distância chegue ao total esquecimento.
Por favor, não se refugies em si mesmo,
Não se esquive de quem te precisa,
Não fuja da minha busca por te fazer feliz...
Não me dê as costas,
Por Deus, não me esqueças,
Estou aqui, minha nossa, estou aqui!
Deixe os seus olhos presos aos meus...
Se eles me virem chorar enquanto minha boca sorrir,
Não enxugue-os, não tente me desmentir,
Deixe que eu extravase pelos olhos
O que não ouso esbravejar pela boca.
Deixe-me gritar através das lágrimas
Enquanto tento pelo sorriso dizer estar tudo bem.
Porque eu não quero, querido, eu não quero...
Eu não quero mais ver as suas costas!
Vê-las é encarar a tua indiferença,
E mesmo estando ao teu lado sentir tua ausência,
Tua fuga de mim... justamente de mim!
Me olhe, mesmo que eu chore, me veja assim
Deprimente na minha mudez, sem ação,
Eu não sei o que dizer ou o que fazer
Se tudo o que quero é olhar pra você,
Se tudo que quero é te ver olhando pra mim.
E ainda poder ver nos teus olhos fixos
Que não te perdi e que você me ama.
Que sim, que ainda precisa, necessita e carece de mim.
Que mesmo estando de costas, mudamente, está pensando
Que a sua felicidade ainda é estar me olhando.

*-*Raiza*-*
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