O que será de nós,

eu, você, Ana, Maria, Osvaldo, Olga, Helena,

quando enchentes extra-terrestres invadirem os quintais,

quando, abraçados aos nossos cães, olharmos a cena,

nossos relógios parados dizendo, mudos, nunca mais?

 

Vamos, venha para a minha casa,

vamos tomar café, comer bolo de fubá,

vamos conversar sobre faunos e ninfas e centauros,

vamos deixar tudo muito claro,

que estamos em pleno tempo presente

mostrando nossos cerrados dentes,

que perdemos a chance de fazer do amor nosso maior motivo,

que podemos ainda sermos nossos melhores amigos,

vamos, ainda há horas que não foram vividas,

vamos viver o futuro sem pensar no passado,

o fogo está aceso, arroz, feijão, amor, comida...

 

Só nós podemos escrever no chão que se move o presente,

só nós podemos dizer o quanto ainda estamos contentes,

que podemos atravessar esse deserto impresso em nossos corações,

que somos aqueles que vieram do espaço/tempo sem ilusões...

Prieto Moreno
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