Tornei-me o que sempre fui,
o que levanta paredes, ergue o coração ao sol,
se desencanta e sonhos diversos rui...
Mais ainda, vaguei à procura do Graal,
bebi o mais doce néctar. sorvi o sal,
nem por isso todo bem ou mal me exlclui...
Acasalei palavras como faz o vento com o pólen,
juntei-as e as fiz dizerem cantos e odes,
apaguei tantas que delas nem me lembro o nome,
recebi, em troca, árias e invisíveis dotes...
Eis-me aqui, plural e contido comendo a maçã,
a espreitar no horizonte o barco de tudo ao léu;
nem por nome respondo e menos por ser de clã,
sou o que o detino fez e o que fiz ao levantar o véu...
Prieto Moreno
© Todos os direitos reservados
© Todos os direitos reservados