De longe, submersa e à deriva
No esconderijo rumo aos montes nefastos observo,
Resquícios de minha alma serem jogados ao fogo.
...
Quem dera tal consciência em ruínas
Descansasse em paz sob um véu azul manchado
Cada linha tecida por pesadelos não meus,
Se fundiria ao véu de quem há muito fora encontrado.
Meu peito banha-se em desgosto
Onde jaz o suicídio da aurora
Aqui é onde encontro o meu agouro
Onde folhas secas se espalham
E elevam-se ao canto mais escuro
Deixando para trás todo o repouso
As horas passam e não derrubam
Os dias se arrastam, e não atolam
As semanas não morrem... não como eu
A ausência se tornou estimada companhia
Há um momento que rege o meu ser,
Ao encarar sonhado reflexo em um vidro.
Tal cena eletriza o meu corpo
A catatonia toma conta do querer
O querer transforma-se em poder
E logo mais, o vejo derreter em sua forma natural
Carne, manifestada carne, por entre minhas mãos
Logo em seguida escorrendo lentamente para a própria escuridão
(29 de agosto de 2015)
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