Epitáfio-Espectro

 (Meus sonhos se dirigem
Para o canto austral
Minha alma jaz no calabouço
Devorada a cada eterno segundo)
 
 
Onde antes havia nada
O silêncio derramou-se
Afastou ruídos externos
E enalteceu o caos de outrora
 
Como um canto de morte
A chuva despejou-se em mim
Cada poro ainda restante
Viveu mais uma tarde fria e seca
 
Enquanto giro lentamente o meu pescoço
Fecho os olhos e indago-me
Quem escreverá em nome dela (da chuva)
O meu epitáfio?
 
 
 
 
 

Ágani L.
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