Nada. Este termo, por si só, tudo encerra...
O meu destino nisto está selado e sequer consinto
Que seja de outra maneira. Morrerei pela terra,
Mas minh'alma estará eternamente presa neste labirinto...
Imagine que há um outro mundo além deste em que vivemos
E que tudo o que separa um do outro é uma frágil barreira...
O que os espíritos afeitos ao niilismo pensariam do que sofremos?
Qual horror sentiríamos ao conhecer o nada à nossa maneira?...
Penosos fantasmas que somos em nossas existências vazias
E sequer seríamos diferentes em realidades mais sombrias...
Procuramos tantas causas para dar algum sentido à vida,
Quando, em muitos pontos, somos como gados indo ao abate.
Uns rapidamente, outros, vão amargurando lentamente a ferida
E tropeçando até que algum infortúnio os mate.
Por isso o nada inspira tanta calma e tédio, é tão tranquilo:
Uma escuridão e silêncio permanentes, o alívio da morte...
Quedar-me-ei diante de sua imponência e pronto a ouvi-lo
Se se pronunciar com seu murmúrio quase inaudível, mas tão forte!
É o nada, ou o que está além dele que nos assinala à sepultura.
Vivemos para morrer e não importa se na vala ou tumba escura...
Ó visão turva que precede o esquecimento, o que queres?
Lembrar-me de tudo o que foi vão em cada singular partícula?
Deixai-me atravessar o muro, ignorar homens e mulheres
E tocar, enfim, este mundo que está além da película...
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