Como explicar o que senti, se parece ainda uma fantasia?

Senti-me tão minúsculo e ínfimo, mas ao mesmo tempo gigante.

Conquistei com um olhar, mais do que ouro ou diamante...

Como estive tão cego por eras, para não enxergar tanta alegria?

 

Por que me envergonhei deste sentimento e me fechei,

Se é tão magnânimo, realizador, místico, benigno, sublime?

Rendo-me diante dele, como se eu tivesse cometido um crime,

E devo tê-lo ao renegá-lo por tanto tempo como o reneguei...

 

Eu descobri o amor como quem descobre a saída de um labirinto!

Como não considerá-lo uma dádiva, um tesouro?

Sinto em meu íntimo uma erupção, um cálido estouro,

E em verdade eu nem sei descrever o que realmente sinto!

 

É algo que mesmo que cause dor, eu desejo...

É algo que mesmo que não perdure, valerá a pena...

É um sonho perfeito e é um pesadelo que envenena!

É treva e é luz... Mas é o objetivo final que eu almejo!

 

Este amor que é tanto da carne quanto da alma.

Pode não ser tão puro como o romantismo pinta, não é o paraíso,

Mas é bem próximo disso, ou do inferno, ou do último juízo...

Seja como for: é paixão, é desejo, é dor, é tudo o que incita e acalma...