ecoando severamente pertinentemente
como corpos inúteis, avantajados
algo melhor do que o atraso
se põe à minha frente
não de frente, não de lado
mas sim de costas, vidrado 
pelo latido sujo de velhos hábitos
sem ver a cor que há na vontade
quanto vale a perpetuação da ignorância?
desejam ser, mas não são
são e dizem não ser
dizem não ver, no entanto, pedem para enxergar
a sensação ainda é válida?
válido é, mas sem expiração
o corpo jaz aqui, esparramado
sussurrando e prolongando
ondas vitais, amorosas
pronto para ser incendiado
que as faíscas transbordem
não é aquele ou outro
é o que está na minha frente
é o ser, aqui agora,
não, amanhã, quem sabe

Ágani L.
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