[...] se você inspira, sou eu quem pediria uma gota de sua boca, para que me servisse de melosidade poética (se você me desse, eu a mataria).Se eu despejo em longo termo a sensação de estar à deriva, logo vem o silêncio (ele assassina e acalma, salva qualquer sina). Se você vem, amanhã vai e se esconde. Por que não esconde aqui, para amanhã partir? Se canta para mim, depois braveja. Se fica nu, logo desaparece, pois suas nuances repletas de cinzas apertam mais ainda os meus tristes tons de azul.

Ágani L.
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