A ULTIMA CANÇÃO TOCOU

 
A ULTIMA CANÇÃO TOCOU
Cada vez mais que vejo meus ídolos da década de 70 estão  morrendo, é nesse momento que chego a conclusão que sou um ser finito.As pessoas que admirava, acompanhava por intermédio da sua obra artística estão indo embora

Sinto-me sozinho, sinto um vazio. É como se estivesse numa festa e aos poucos a festa fosse se esvaziando e você necessariamente tivesse que sair, pois não tem mais ambiente para continuar,não tendo mais como ficar.

A casa não é sua, o ambiente não é seu. Seus amigos saindo da festa, restam poucos que também estão de saída. Só tem algumas pessoas querendo você se vá para cuidar de suas vidas.

A musica parou de tocar as bebidas pararam de ser servidas. Os olhares  não são mais aqueles convidativos, são olhares agora danosos, expulsivos.

Ouve-se o despedir da ultima voz alegre, os gritos de alegria ao longe do ambiente que até então era festivo. Voz de alegria aos poucos sendo abafada pela distância, apenas fica na lembrança as diferentes vozes em tons mais altos, risos para todos os lados.

A festa deveria ser eterna, as músicas nunca deveriam parar de tocar, nem o balançar dos corpos pararem de vibrar.As musicas são por demais melodiosas,penetrantes nos nossos ouvidos embalando nosso ser.

A ultima canção tocou, era o toque de despedida, todos ali dissipariam para nunca mais voltar e nem se ver.

José Marcos di Ayres
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