AO POEMA QUE VIRÁ

 Deixa-me aqui, 

onde reis puseram seus cavalos a andar e exércitos enfileirados a lutar

pelos dias que viriam,

pelas fontes de águas cristalinas...

 

Deixa-me viver meu coração de enxames,

sou-te estreitamente amoroso, ò poema que virá,

sou-te o nauta que a tua casa torna

como a mim és o eterno mar...

 

Sombras de infaustos reinos se porão

diante de meus olhos e minha nublada visão

enxergará apenas o que vem na claridão dos sentimentos,

sei que assim saberei do que cabe aqui dentro,

da muda poesia me afastarei só para amar...

 

Nenhum amante,

consciente do punhal que o busca,

apagará a intensa chama que o corusca...

 

 

 

 

 

Prieto Moreno
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