Bem que aquela música me disse
que você era como o verão
no meio do inverno.
Eu não acreditei até que
você aqueceu meu coração
quando eu senti frio.
 
Eu realmente desejei
olhar nos seus olhos
e você olhar nos meus
até que um de nós desviasse,
e era sempre eu;
isso talvez nos fizesse rir,
constrangidos.
É tão bobo me sentir assim.
Mas você ainda causa arrepios
toda vez que se aproxima de mim,
assim de repente.
 
Eu desperdiçaria alguns erros
da minha vida
com você.
Passaria a noite ao seu lado,
sem realmente olhá-lo ou tocá-lo.
Só sentiria sua presença
e imaginaria o futuro,
como tantas vezes já o fiz.
 
Ás vezes me pergunto
se você também se sente assim,
ainda que eu saiba que jamais se sentirá.
Pois não há nenhum sentimento
que você possa escrever em alguns versos,
que eu já não tenha escrito em poemas
e gravado-os nas estrelas.
E os meus serão sempre
a infinidade que os seus
nunca serão.
 
Eu acho que você deveria saber.
Mas esse só será mais um poema.
Alguns dos versos os quais você nunca lerá.
Lerá?

Soraya Costa
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