Hoje eu quis saber de mim, se quero que você fique ou se vá. Não sei bem o que me responder, pois não sei o que quero. Não quero que vá, mas não quero que fique.  Ou se caso fique, que não por muito tempo, pois os últimos que aqui ficaram se foram sem nem mesmo olhar pra trás. E eu os perdi.

Preciso então que fique, não por muito tempo, apenas o suficiente pra alimentar esse amor , pra que eu não me acostume com seu ficar. Talvez não compreenda, mas preciso também que vá, antes que o muito se torne pouco, e o pouco não mais essencial, ou que você se acostume com esse ficar, e hora ou outra eu tenha que te pedir que suma, e não que parta. Mas que essa sua ausência não seja longa, pois morrerei se imaginar que te afastei demais, e você perdeu o caminho de volta, por confusão minha.

Não sei se quero que fique, ou se quero que vá. Queria que ficasse, mas que a rotina não definhasse com esse ficar, como fez com todos os que ficaram antes. Então decidi, fique. Mas fique só até quando meus olhos dispensarem as palavras, e que os seus me fale sem precisar do som de sua voz.  Fique até quando meu corpo ainda hipnotizar você, e o meu esteja dependente do seu.

Fique só até quando sentir falta de minha presença, e minha ausência ainda for notada ou você ainda sinta sede dos beijos meus, e os meus dos seus. Mas quando você achar que já pode ficar aqui sem mim, por favor, vá.

Em busca da saudade, que saiu antes de você. E só então volte.  Mas caso encontre o caminho de volta, não traga mais suas coisas, pra que não fique mais tanto tempo como dessa vez, pois agora já sabemos que não podes ficar. Não! melhor que se vá. E só de vez em quando volte, Mas quando perceber que já não te busco na janela com a mesma freqüência dos dias que partiu,venha. Pois essa pausa pode ser fatal.  Não deixe que eu pense que não volta mais. Ou que você ache que não mais te espero.

Pedi que partisse, pra que nosso amor não morresse de vez, por seu ficar. Pra que o coma chamado rotina, não exterminasse com o que nos mantêm vivos. E pra que esse não expirasse de vez, precisou partir, pra que a sua e a minha ausência se tornasse saudade e que essa fosse água que nos mantivesse vivos, até nosso reencontro semi-definitivo, ou até que a única coisa capaz de nos separar de verdade venha um de nós buscar. Só por hora.

 Então pro nosso bem. “Vá”! Mas saiba que mesmo longe você “fica” aqui dentro de mim, acreditando que eu também esteja dentro de você e te traga de volta sempre. Vá, então. Mas fique!      

Mônica Botelho
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