Querida, que com tanto encanto apazigua minha nostalgia,
noutros intervalos remete-me à ela com uma dureza lastimável,
triste, escassos, desordenados anseios.
Me envolve em dor com muito amor, me dilacera,
com ternura esmaga tudo quanto for sentidos, sentimentos...
Meus argumentos, tolos, despreparados, medíocres,
insensatos, sem amparo, escoro,
não vale sequer, um misero grão de areia.
Tudo em meu corpo incendeia, opu-la, destila, reintegra com perfeição...
O indefinido, inacabado, insatisfeito, miséria espiritual, miséria mental, sentimental, crescente, repugnante, deplorável,
e meu peito, em chamas, ignorante, egoísta, infiel, traiçoeiro,
me atira ao chão, por tão penoso, indecoroso gostar.

Aqui eu revelo meus medos, inseguranças, a falta de ação perto dela.

Em casa, 16 de março de 2005